sexta-feira, 31 de maio de 2013

WOODSTOCK... O inesquecível festival!



Woodstock...
O ano? 1969
A ideia? Realizar um festival de música durante um final de semana inteiro.
Publico esperado? 100 mil pessoas
A realidade? 650 mil pessoas presentes, destas, 200 mil pagantes.
Esse foi o Woodstock, um evento que fez nascer um dos melhores e mais geniais elencos de imortais do rock.
Entre os dias 15 e 17 de agosto de 1969, 650 mil pessoas tinham como lema, Paz, Amor e Música. O rock in roll então, se tornou a religião dominante no solo roqueiro de Woodstock, depois de Woodstock, o rock nunca mais foi o mesmo.

Woodstok Music & Art Fair (conhecido informalmente como Woodstock ou Festival de Woodstock), foi um festival de música realizado entre os dias 15 e 17 de agosto de 1969 na fazenda de 600 acres de Max Yasgur, na cidade rural de Bethel, no estado de Nova York, estados Unidos. anunciado como "Uma Exposição Aquariana: 3 Dias de Paz & Música", o festival deveria ocorrer originalmente na pequena cidade de Woodstock, mas os moradores não aceitaram, o que levou o evento para a pequena Bethel, a uma hora e meia de distância. 





O mundo, e especialmente os Estados Unidos, passavam por tempos conturbados. Guerras, violência, desigualdade social e muita desilusão. A década de 60, a mais desorientada do século, conhecia o seu fim com uma sensação de: “e agora?”. E foi exatamente neste clima, um tanto sombrio e amedrontador, em que quatro jovens visionários, e com algum dinheiro sobrando no bolso, John Roberts, Joel Rosenman, Artie Kornfeld e Michael Lag, decidiram, simples assim, fazer um Festival de Rock.

Woodstock aconteceria fora da cidade grande, enfatizando o clima existente de “volta ao campo”, mas a intenção sempre foi de realizar o “maior festival musical de todos os tempos”. E para atrair seu público alvo, os jovens, foram usados todos os símbolos e frases consagrados pela contracultura. O próprio slogan do evento, “três dias de paz e música” , era baseado na contracultura. O slogan continha em si o sentimento de antiguerra, o conceito da Era de Aquarius (disseminado com o musical ”Hair”), e a intenção dos organizadores de manter a paz no evento. O próprio Kornfeld explicou que festival não deveria ser pensado como construção de palcos, assinatura de contratos ou venda de ingressos. Woodstock deveria ser um estado de espírito, um acontecimento para se tornar um ícone de toda uma geração.







Mesmo considerado um investimento arriscado, o projeto foi montado tendo em vista retorno financeiro. Os ingressos passaram a ser vendidos em lojas de disco e na área metropolitana de Nova York, ou via correio através de uma caixa postal. Custavam 18 dólares (aproximadamente 75 dólares em valores atuais), ou 24 dólares se adquiridos no dia. Aproximadamente 186.000 ingressos foram vendidos antecipados, e os organizadores estimaram um publico de aproximadamente 200.000 pessoas. Não foi isso que aconteceu, no entanto. Mais de 500.000 pessoas  compareceram, derrubando cercas e tornando o festival um evento gratuito.
   
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O festival acarretou um dos piores engarrafamentos em Nova Iorque, mas não houve nenhum acidente ou violência durante o festival. Criou-se uma nação dentro de uma nação, reunida por seus ideais e sua vontade de se divertir, embaladas ao som de The Who, Jefferson Airplane, Jimmy Hendrix, Janis Joplin, Joe Cocker, Bob Dylan… Uma seleção dos sonhos, montada com o melhor da safra roqueira da época, que só precisaram de um palco para fazer história.

Embora o festival tenha sido reconhecidamente pacífico, dado o número de pessoas e as condições envolvidas, houve duas fatalidades registradas: a primeira resultado de uma provável overdose de heroína,e a outra após um atropelamento de trator. Houve também dois partos registrados, (um dentro de um carro preso no congestionamento e outro em um helicóptero), e quatro abortos.



 
 



Ainda assim, em sintonia com as esperanças idealísticas dos anos 60, Woodstock satisfez a maioria das pessoas que compareceram. Mesmo contando com uma qualidade musical excepcional, o destaque do festival foi mesmo o retrato comportamental exibido pela harmonia social e a atitude de seu imenso público.
O evento tornou-se um verdadeiro ícone da contracultura. A força jovem e a liberdade assustaram os mais velhos e conservadores. As dimensões de Woodstock foram além das milhares pessoas reunidas no festival, tanto que as discussões sobre sua importância persistem, mesmo  décadas depois. E até hoje o evento divide opiniões.



Muitos dizem que Woodstock foi o fim de toda a ingenuidade e utopia que cercavam os anos 60. Outros dizem que foi o apogeu de todas as mudanças e desenvolvimento na sociedade. Mas todos concordam que o festival foi um marco importante não só para a história da música, do Rock and Roll, mas um marco cultural e uma realização para a história do homem.





As apresentações.


Sexta-feira 15/08: Richie Havens, Swami Satchidananda, Sweetwater, The Incredible String Band, Bert Sommer, Tim Hardin, Ravi Shankar, Melanie, Arlo Guthrie e Joan Baez.



Sábado 16/08: Quill, Keef Hartley Band, Country Joe McDonald, John Sebastian, Santana, Canned Heat, Mountain, Grateful Dead, Creedence Clearwater Revival, Janis Joplin com a The Kozmic Blues Band, Sly & the Family Stone, The Who e Jefferson Airplane.



Domingo 17/08: The Grease Band, Joe Cocker, Country Joe and the Fish, Ten Years After, The Band, “Blood, Sweat & Tears”, Johnny Winter, “Crosby, Stills, Nash & Young”, Paul Butterfield Blues Band, Sha-Na-Na e Jimi Hendrix.

Woodstock abriu – com três horas de atraso, é claro – ao som do violão de Ritchie Havens. Ele estava originalmente programado para ser a quinta atração a subir no palco. Mas até os músicos tiveram dificuldade de transpor o congestionamento de carros que levava até a pequena cidade de Bethel. Como Havens era um dos únicos artistas presentes, foi atirado ao palco para acalmar o público impaciente. “Eu só queria sobreviver!”, lembra Havens.










A desorganização foi tanta que Jimi Hendrix tocou depois do último dia do festival. Sim, o evento, que durou oficialmente de sexta a domingo, teve ainda na segunda-feira de manhã o show do guitar hero Jimi Hendrix. Restavam ainda 35 mil pessoas, que viram, provavelmente o melhor: Hendrix, e o ouviram tocar “The Star-Splanged Banner”. Ele transformou o hino americano em um protesto sem palavras contra a Guerra do Vietnan. Com sua guitarra, Hendrix intercalou a reverenciada melodia do hino com o som de bombas caindo. O músico lembrou a todos que o significado de Woodstock transcendia a música.

Foi o ponto mais alto de um movimento que morreria antes do final década. Naquele mesmo ano, 1969, os hippies comandados por Charles Manson maculariam o lema de paz e amor ao assassinar a atriz Sharon Tate. A década foi fechada pelo desastroso show dos Rolling Stones em Altmont, em San Francisco. E o assassinato de um fã cimentou de vez a aura pacifista da década.








Convites Recusados
  •  The Beatles: O site woodstockstories.com apresenta duas alternativas para a recusa dos Beatles. A primeira é que os organizadores teriam contactado John Lennon, e ele disse que a banda só tocaria se a Plastc Ono Band de Yoko Ono também pudesse se apresentar. O site afirma que a explicação mais plausível é que Lennon queria tocar, mas sua entrada nos Estados Unidos a partir do Canadá foi bloqueada pelo presidente Nixon. De qualquer modo, os Beatles estavam prestes a se separar, e inclusive não tocavam ao vivo fazia três anos, desde agosto de 1969.
  •  The Doors: considerado como uma alternativa, cancelou sua aparição no último momento; de acordo com o guitarrista Robbie Kriger, eles recusaram pois pensaram que aquela seria mais uma "imitação de segunda categoria do "Monterey Pop Festival", mais tarde se arrependendo da decisão. Outro fator foi que o vocalista Jim Morrison estaria inseguro quanto a se apresentar fronte a grandes plateias. O baterista John Densmore no entanto compareceu ao festival, e no filme pode ser visto no palco durante a apresentação de Joe Cocker.
  •  Led Zeppelin: também foi convidado, de acordo com seu empresário Peter Grant: "Fomos chamados pra tocar em Woodstock e a Atlantic gostou da ideia, assim como nosso promoter nos EUA, Frank Barsalana, mas eu disse não pois em Woodstock seríamos apenas mais uma banda". Ao invés disso o grupo embarcou em uma bem-sucedida turnê de verão, tocando naquele mesmo final de semana no Asbury Park Convention Hall em New Jersey.
  •  Jethro Tull: recusou o convite, de acordo com Ian Anderson, pois seu empresário lhe disse que haveria montes de drogas, lama e hippies. Embora a banda não tenha se apresentado no festival, sua música foi tocada pelo sistema sonoro de utilidade pública. No filme, durante entrevistas com os organizadores (quando eles discutem quanto dinheiro estão perdendo com o evento), as canções "Beggar's Farm" e "Serenade to a Cuckoo", do álbum This Was, podem ser ouvidas ao fundo.
  •  The Byrds: foram convidados, mas escolheram não participar pensando que Woodstock não teria nada de diferente dos outros festivais musicais que estavam acontecendo naquele verão. Também estavam preocupados com o cachê, de acordo com declarações do baixista John York: "Estávamos indo pra um show e Roger McGuinn chegou e disse que um cara estava organizando um festival no norte de Nova York, mas que naquele ponto já não estavam mais pagando as bandas. Ele perguntou se queríamos ir, e todos responderam, 'Não, queremos descansar'. Não fazíamos ideia de como aquilo seria. Estávamos esgotados, e também cansados daquela coisa de festivais. Então recusamos, e perdemos o melhor festival de todos".
  •  Bob Dylan: estava negociando para tocar, mas desistiu depois que seu filho ficou doente. Ele também estava insatisfeito com o número de hippies acampando perto de sua casa, no local onde o festival ocorreria originalmente.
  •  Joni Mitchell: estava agendada para tocar, mas cancelou pois seu empresário temia que ela perdesse uma participação no programa de TV The Dick Cavett Show.
  •  The Moody Blues: apareceram no primeiro pôster de divulgação do evento, mas desistiram de participar após agendarem um show em Paris naquele mesmo final de semana. 
 

 



Imitações brasileiras

 

O Brasil também tentou emular a aura hippie. Em 1971, na cidade de Guarapari, foi realizado o "Festival de Verão de Guarapari", que, devido a falta de verbas dos organizadores foi um fracasso retumbante.
Já em janeiro de 1975, na Fazenda Santa Virgínia, em Iacanga, interior de São Paulo, aconteceu o primeiro "Festival de Águas Claras", também anunciado como o pretenso “Woodstock brasileiro”.




Apesar de tentativas posteriores de emular o festival, o evento original de Woodstock provou ser único e lendário, reconhecido como um dos maiores momentos na história da música popular.
O evento foi capturado em um documentário lançado em 1970, Woodstock, além de uma trilha sonora com os melhores momentos.




O sentimento que fica, mediante a um evento como esse, é que o tempo passa, e os valores se perdem cada vez mais. Hoje o que se chama de "festival de música", não passa de publicidade de mau gosto cheio de "modismo musical" de péssima qualidade. Preferível prestigiar o passado com seus ideais e o amor a música, do que viver num presente onde qualquer "porcaria" é chamada de música!